domingo, março 05, 2006

IBÉRIA - BIOGRAFIA

As origens remotam a 1978, quando 3 miúdos de 10/11 anos começaram a tocar guitarra. Estávamos na Baixa da Banheira, terra de espirito e reputação selvagem e esses miúdos eram o João Alexandre, o João Sérgio e o Toninho, cuja ambição era formarem uma banda. Em 1980 o panorama musical era dominado pelo aparecimento do Rock Português, enquanto lá fora decorria o período Pós-Punk e a New Wave da Pop Music. Mas as influências e os gostos destes miúdos eram outros: Deep Purple, Led Zeppelin, AC/DC, Iron Maiden, Def Leppard; era a paixão pelo Heavy Metal recentemente renovada com o aparecimento da New Wave of British Heavy Metal, e essa paixão levou-os a aprenderem a tocar e posteriormente a formarem a tão desejada banda. Após muito esforço, em princípios de 1984 estavam formados os Asgarth...

Começaram por arranjar melhores instrumentos e um baterista que faltava para completar a formação já que esta era: João Alexandre nas vozes, João Sérgio no Baixo e Toninho nas guitarras. Falou-se então com um baterista amigo da banda, o Tony Duarte que aceitou o lugar. Devido ás ambições da banda era necessário outro guitarrista para melhor estruturar os trabalhos de guitarras existentes nas canções. Como o João Alexandre também tocava guitarra, tomou o papel de guitarrista ritmo, deixando o papel de Vocalista para o Luís Filipe, um amigo de longa data, que se ocupou dessa posição. Foram feitas canções e ensaiava-se, sem assim se pode dizer, em condições precárias em casa do Toninho e do João Sérgio!

Estamos em princípios de 1986 e a banda confrontando-se com diversos problemas vai deixando de ter espirito de continuar, levando os seus elementos a um desinteresse total ao fim de 2 anos de existência como Asgarth. Estava-se prestes a desistir e acabar com a banda e é neste clima de impasse e desorganização que chega alguém que se apercebe do valor dos jovens, prontos a serem explorados no campo do Heavy Metal, os ajuda e os convence a começar tudo de novo, desta vez de um modo mais concreto, mais idealizado enfim, mais realista: Trata-se de Francisco Landum, um musico já experimentado (Ex. TNT) cujo objectivo se torna o de elevar a banda a um elevado expoente no panorama nacional. Após largas conversações sobre o rumo a tomar, tomam-se decisões influentes no seio da banda: Asgarth tinha servido ao longo destes dois anos para melhorar a técnica dos músicos, dando-lhes já alguma experiência, preparando-os de certo modo para começar uma carreira a sério...Muda-se o nome da banda e o nome escolhido entre dezenas deles é uma sugestão do João Alexandre, dado o contexto Ibérico em que nos inserimos: IBÉRIA!

Encontramo-nos em meados de 1986 e as mudanças dão-se também ao nível do line up: Sai o Tony Duarte para os Samurai e o Luís Filipe abandona o posto de vocalista tendo o João Alexandre voltado ao seu posto inicial. A banda está pronta para seguir uma linha musical mais cuidada e consciente e para tal fazem-se novos temas e ressurgem os ensaios.

Tinha-se em mente fazer uma demo para divulgar musicalmente a banda e em dois meses preparam-se 3 temas para a apresentação da 1ª Demo; É no dia 31 de Janeiro de 1987 que os Ibéria se dirigem ao estúdio Midi, em Lisboa com a finalidade de gravar: assim em apenas 10 horas de estúdio, tempo bastante escasso para demonstrar o potencial da banda, surgem os 3 temas em fita: “Hollywood” , “Lady in Black” e “Warriors”. São feitas as misturas a 5 de Fevereiro em apenas 4 horas, e faltava encontrar um baterista (tinha sido F. Landum quem gravou a bateria em estúdio): a escolha caiu sobre Tony Cê, musico já experiente, há muito conhecido da banda, que aceita o convite. Estava completo o 1º line-up dos Ibéria:

JOÃO ALEXANDRE – VOCALISTA ( 18 ANOS)

JOÃO SÉRGIO – BAIXISTA (19 ANOS)

TONINHO – GUITARRISTA ( 20 ANOS)

TONY CÊ – BATERIA ( 22 ANOS)

Francisco Landum desempenhava a figura de guitarrista, produtor e compositor, mas oficialmente não era musico da banda, sendo considerado musico de apoio. (ele era vocalista/guitarrista nos Samurai com quem gravou o álbum homónimo nessa primavera de 1987). Após a inclusão do baterista, começa-se a trabalhar na promoção da demo, contando para isso o apoio das rádios locais e dos fan clubes de H.M., assim como da Rádio Comercial. No campo dos clubes a “Devastação Metálica” fica com o cargo de Fan Club Oficial dos Ibéria numa altura em que se começava a ganhar popularidade e são de resto uma óptima ajuda no crescente da mesma, principalmente o apoio do João Moura e do Luís Baptista.

Depois de 3-4 meses de ensaios intensivos na garagem da família Lopes , no Barreiro (grande ajuda lhes deram!!), a banda empenha-se em arranjar espectáculos ao vivo e são feitos contactos com diversas editoras nacionais e internacionais, tais como a Music for Nations, Roadrunner Records, Simmons Records, etc. com o objectivo de conseguir gravar um disco. No entanto a demo continua a passar nas rádios e os Ibéria vão aos poucos conseguindo que as três canções se situem nos tops de alguns programas de Metal e de Música Moderna Portuguesa, tendo a realçar o programa “Luso Clube” na R. Comercial onde os Ibéria conseguiram o 2º lugar após 36 semanas de permanência no top com “Hollywood”. Em Rádios Locais conseguiram 2 vezes o 1º lugar (Com “Hollywood” e com “Warriors”) e o 2º lugar (“Lady in Black”) no programa “O Som de Cá” na Radio Azul, Setúbal. Ainda no programa “Culto das Ninfas” da Rádio Saturno, os Ibéria colocam os três temas nos 3 primeiros lugares do Top dessa Radio consecutivamente! Estes são alguns exemplos, mas mais se seguiram com centenas de passagens e permanências em tops nas mais diversas rádios locais por todo o país!

O passo seguinte é sem duvida o mais importante e é decisivo para que as pessoas conheçam a banda: Pita, realizador do “Luso Clube” na R. Comercial, animado com a subida da banda nas tabelas radiofónicas, decide colocar os Ibéria no programa “Clipomanias” da RTP1 no dia 5 de Agosto no palco do saudoso RRV, onde decorriam as gravações do programa.O tema era “Hollywood” e a banda apareceu duas vezes nesse verão no programa acompanhado duma entrevista, no mínimo.. pouco ortodoxa. Tudo isto dá popularidade á banda, mas faltava o mais importante: Tocar ao vivo.

Ainda durante o mês de Agosto o fan clube recém fundado acaba, suspendendo-se o fanzine. Estavam a decorrer as festas de Alhos Vedros e os Ibéria são convidados para lá tocarem: Noite de 31 de Julho num palco improvisado e com um fraco PA deu para a banda mostrar o que valia ás cerca de 650-700 pessoas que lá se encontravam, servindo assim como um ensaio de palco, preparando-se para que a partir daí nada fosse deixado ao acaso. Assim, no dia 3 de Outubro e na terra natal da banda, a Baixa da Banheira, no Ginásio Atlético Clube, a banda teve oportunidade de mostrar o seu máximo potencial na época, num espectáculo onde nada foi deixado ao acaso: palco, som, luz e organização. Foi a verdadeira estreia com a casa cheia (cerca de 1200 pessoas!) com inúmeros meios de comunicação a observar o grupo, especialmente jornais (Êxito, Se7e,etc). Segue-se um concerto no Rock Rendez Vouz, no dia 13 de Novembro com os Lisboetas Cruise. Em virtude do sucesso alcançado nessa noite, os Ibéria voltam lá no dia 30 desse mês. Qualquer destes concertos tiveram como base um repertório que já se começava a desenhar:

Warriors, Lady in Black, Hollywood, Feels Like Love, Hot in Love, Ride Hard (estes 2 nunca gravados), Sex Gun, Unfaithful Guitars, All Night Flying, Some Girls e um cover dos ZZ Top “Tush”, este tocado no concerto da Baixa da Banheira.

Depois dum Dezembro cheio de ensaios e de contactos, surge o tão esperado contrato discográfico: a escolha de ambas as partes caiu sobre a Discossete, uma independente em ascensão, que deu aos Banheirenses Ibéria a possibilidade de gravarem um mínimo de 10 temas por ano durante os próximos 3 anos, sem restrições (multinacionais como Polygram e EMI-VC exigiram a gravação das músicas em português...ao que os Ibéria responderam com um “não, muito obrigado”..). Começa a fase de ensaios e pré-produção do 1º single enquanto a banda experimenta novos temas ao vivo tais como “Children of the World” e o instrumental com excertos de Vivaldi “The Sailling Way to India”, estreados ao vivo no Nicola, Barreiro, no dia 6 de Fevereiro de 1988, pelas 16h30, numa festa Rock (muito habituais na época). Nesta altura a banda conta com uma Road Crew fiel formada por: José Luis Caldeira, Pedro Gandum, Luis Miguel Lopes (R.I.P., irmão..), Carlos Adalberto e João Roque. Dia 5 de Março começam as gravações em tempo record do Single e do Maxi-Single que irão por finalmente a banda em Vinil. As faixas escolhidas são respectivamente:

“Hollywood”, “Feels Like Love” e “All Night Flying”

Foi gravada uma versão extensa de “Hollywood” para meter no Maxi assim como “All Night Flying”, também ela só disponível no Maxi. Os dias de gravação são: 5, 12,18,19 e 26 (aniversário do J. Alexandre!) de Março de 1988 e tiveram lugar nos estúdios da Discossete em Lisboa em 16 Pistas. As sessões tiveram a seguinte ordem:

Dia 5 – Bateria, Baixo, Percussão e Teclas.Dia 12 – Todos os trabalhos de GuitarrasDia 18 e 19 – Vozes, coros e misturas de Feels Like Love.Dia 26 – Vozes de Hollywood e Mistura. Vozes de All Night Flying e mistura. O Técnico de som foi o Zé Félix e o produtor foi o Francisco Landum.

Gravada a master compete agora á editora mandar prensar o tão esperado vinil. Estamos em Abril e começa-se a trabalhar na promoção do single. È feito o balanço do ano de 1987 nos mais importantes fanzines nacionais:- O “Lusomania” de Coimbra considera a demo dos Ibéria a melhor do ano transacto. Outros votam a banda como das melhores assim como os seus elementos nas respectivas categorias. Respeitante ao 2º inquérito nacional do Heavy Metal Zombies Paranoid, na altura a mais importante votação a nível nacional, os Ibéria foram votados como a banda revelação de 87, 2ª melhor banda de HM Nacional, Melhor Vocalista de HM Nacional – João Alexandre – 2º Melhor Baterista Nacional – Tony Cê – Melhor Baixista Nacional – João Sérgio – e 3º e 4ºs Melhores Guitarristas Nacionais respectivamente – Francisco Landum e Toninho. Além disso nos meios metálicos o tema “Warriors” foi considerada o 2º Melhor do ano de 87 e “Sex Gun” o 6ª Melhor. A banda é ainda considerada das Melhores Bandas Nacionais de Sempre Ao Vivo, pela energia dos seus concertos. Com tantos incentivos para melhorar ainda mais o seu trabalho, a banda recomeça os ensaios e preparam material novo para a etapa que se avizinha próxima: o LP. O concerto de apresentação ao vivo do Single é feito no dia 29 de Abril de 88 no RRV, e nele estreia-se “Fuck the Teacher” (muito polémico a partir daqui...) e uma cover dos Sweet “Fox on the Run”. Foi um concerto de arromba ainda mais que o exclusivo do single tinha sido dado a Luís Filipe Barros, do Rock em Stock da Rádio Comercial a 19 de Abril e estava-se a ganhar cada vez mais adeptos para a banda!

O tema “Hollywood” chega a 5º lugar na chart do Rock em Stock juntamente com os hits desse verão e chega ainda ao 3º lugar. É altura de fazer Televisão: A banda aparece na tarde de 7 de Maio na RTP no programa “Sobe & Desce) e nessa mesma tarde dá um espectáculo em Santo André, Barreiro pelas 16h30. Passados 2 dias ,a dia 9, a banda grava em directo no “Estúdio 4” pelas 18h30 os temas “Hollywood” e “Feels Like Love”. O single está prestes a ser posto á venda no dia 19 de Maio e os Ibéria participam no grandioso espectáculo Helping Hands, promovido para a Associação Nacional de Deficientes , com vista a angariar fundos.

É no dia 18 de Maio, com apresentação de Luís Filipe Barros que os Ibéria apresentam ao vivo “Hollywood” num dos maiores palcos do país: o Coliseu dos Recreios de Lisboa perante mais de 3000 pessoas. Bastante aplaudidos, a banda confraterniza com nomes como Xutos e Pontapés, UHF, Delfins, Peste & Sida, Radio Macau, Sétima Legião, V-12, Samurai, In Loco, Adelaide Ferreira entre outros. Nesse mesmo dia Francisco Landum abandona os Samurai para se dedicar exclusivamente aos Ibéria. Nesse mesmo mês forma-se o Ibéria Fun Club, pelas mãos de João Sérgio, João Alexandre, dos Roadies: Lopes, Caldeira e Pedro (ficarão com os Ibéria até meados de 93) e pelos dois realizadores do programa Metal Killers, na Radio Arremesso, Victor Brás e Tony Machado, sempre com a colaboração essencial de dois amigos fundamentais desde o inicio, no apoio á banda: Luís Baptista e João Moura. O Line-Up estava já há alguns meses assim definido:

JOÃO ALEXANDRE – VOZ PRINCIPAL

FRANCISCO LANDUM – GUITARRAS, TECLAS, VOZES

TONINHO – GUITARRAS, VOZES

JOÃO SÉRGIO – BAIXO, TECLAS, VOZES

TONY CÊ – BATERIA, PERCURSÃO, VOZES

Estamos no dia 28 de Maio e no meio de tão felizes acontecimentos a banda leva um balde de agua gelada: Toninho por motivos profissionais, decide abandonar a banda. No entanto Toninho ainda acompanha os seus companheiros nas gravações do programa de Raul Durão “Ponto por Ponto” na RTP2 no dia 10 de Junho. A sua saída obriga a que João Alexandre volte a acumular o posto de Guitarrista Ritmo com o de Vocalista, e com a inclusão de Landum a tempo inteiro estava selada a lacuna... A prova foi feita na festa da Radio Nova Antena em Odivelas onde os Ibéria tocam no dia 3 de Junho (5 dias após a decisão da saída de Toninho...) onde tudo corre bem e no dia 20 a banda tem a noticia que no primeiro mês a edição de 1000 singles tinha esgotado! Eram precisas mais 4 edições satisfazer os pedidos e assim foi feito ao longo de vários meses.Derivado a isso, os Ibéria dão uma entrevista muito importante no programa de Luís Arriaga na RR “O Passeio da Fortuna” com cerca de 2 milhões de ouvintes!! Voltam os concertos e já sem Toninho, a banda toca com os Radio Macau nas festas da Baixa da banheira a 9 de Julho!

Ainda em Julho a banda faz o programa “Clubissimo” a dia 23 com “Hollywood” á cabeça já que o tema do programa era a Meca Cinematográfica...era a 4ª aparição na TV em 2 meses e meio de promoção!! No dia seguinte, 24 de Julho, os Ibéria deslocam-se a Abrantes para transformar a discreta Praça da Batalha em palco de HM. Entretanto como o Toninho tinha saído, era incorrecto lançar o Maxi-Single que ficou assim na prateleira (sendo posteriormente editado em K7 numa colectânea com outras bandas). Decide-se antecipar as gravações que estavam previstas para o final do ano, ficando assim agendado para Setembro. Nesse período de mês e meio quase não se toca ao vivo, continuando-se a trabalhar na promoção em Rádios, Jornais e Revistas, Fanzines, não esquecendo os cada vez mais ensaios de pré-produção do LP. A banda era nesta fase:

JOÃO ALEXANDRE – VOZ, GUITARRA RITMO

FRANCISCO LANDUM – GUITARRAS, TECLAS, VOZES

JOÃO SÉRGIO – BAIXO, TECLAS, VOZES

TONY CÊ – BATERIA, PERCURSÕES, VOZES

A 7 de Setembro de 88 os Ibéria entram em estúdio para experimentarem as novas 24 pistas do novo estúdio da Discossete e gravarem os 10 temas que iriam compor o seu álbum. Novamente com a Técnica do Zé Félix e a produção de Landum e co-produção dos Ibéria, de 7 de Setembro a 17 de Outubro a banda desenvolve todo o trabalho de gravações, misturas, sessões fotográficas referentes ao LP, período após o qual todo o material está pronto a sair para a rua. O resultado é um LP de nome “Ibéria” com 10 temas:

“The Warriors Waltz / Warriors”, “She’s so Lovely” , “Sex Gun”, Lady in Black”, “Fuck the Teacher” no lado 1 e “No Pride”, Unfaithful Guitars” , Some Girls”, “Children of the World” e o instrumental “The Sailing Way to India” no lado 2

Começa-se a trabalhar com a agencia de Management Hipolab, de Oeiras, e mais uma vez o exclusivo do disco é entregue a Luís Filipe Barros. Entretanto os Ibéria em conjunto com a Hipolab, preparam o concerto de apresentação do álbum, que será dado dia 3 de Dezembro no Ginásio Atlético Clube da Baixa da Banheira, pelas 22h, tendo a banda escolhido este local porque tinha sido aí que tinham começado a desbravar terreno e as lembranças do concerto de estreia eram muito boas (além de que a banda ensaiava num espaço cedido para ela nessas instalações)...a 1ª parte foi assegurada a pedido dos Ibéria pelos já extintos Alkateya. O concerto foi muito bom e considerado pelos jornais musicais de então como “...o que de melhor já se fez em H.M. na Margem Sul do Tejo...”. Uma semana depois, dia 10,é a vez de um concerto no Central Park, em Lisboa, para apresentar o álbum na capital, e é nessa tarde que o álbum é posto á venda nas discotecas. Todo o trabalho de promoção é posto á prova nos dias 20 e 21 com as gravações do “Natal dos Hospitais” no Hospital de Stª Maria, onde os Ibéria interpretam a balada “Lady in Black”. Ainda antes do ano de 1988 fechar, a banda grava “Warriors” e “Lady in Black” para o programa “A Nossa Turma”, no dia 30 de Dezembro.

Inicia-se o ano de 1989 a banda é surpreendida com uma gravação no dia 20 de Janeiro onde se diz que a banda é a primeira banda Portuguesa a passar na BBC-Radio One, mais concretamente no Friday Rock Show! Tommy Vance passou a faixa “No Pride”, elogiou a banda dando assim a promoção mais alargada até então aos Ibéria (FRShow tinha uma audiência de 20 milhões de ouvintes em toda a Europa e parte dos USA); a confirmação surge no Sábado seguinte com António Sérgio do “Lança Chamas” a dar a noticia: Ibéria é a primeira banda portuguesa a passar na BBC...Por essas e por outras a banda vê-se capa do “Se7e” no dia 1 de Fevereiro, com um artigo muito alargado de 5 paginas.

Dia 10 de Fevereiro a banda dá um insólito concerto em Sesimbra inserido na final do campeonato de Kick-Boxing e começa o destaque nalgumas revistas e jornais tais como Correio da manhã, Maria, Contigo, Nova Gente, Diário de Noticias, Europeu, etc. tendo recebido inclusive a distinção de Melhor Álbum de Estreia e um dos Melhores de 1988. Gravam-se dois Video-clips das duas baladas do álbum “Lady in Black” e “Children of the World”, sendo os exteriores gravados em Almada, Lisboa e Costa da Caparica no dia 22 de Fevereiro e as gravações interiores nos estúdios da RTP no dia 24. Dia 17 de Março a editora recebe um Fax do Publisher dando a hipótese dos Ibéria gravarem 2 temas para a colectânea “Metal Rock From Europe Vol. III” editados por uma independente americana a ser distribuído nos USA e Canadá. Dia 24 novo concerto em Cuba, Alentejo e dia 1 de Abril, novo concerto em Campolide, seguido duma viagem de comboio para o Porto para estar no dia 3 nos estúdios do Monte da Virgem, Gaia gravando 3 clips em directo no programa “Ás 10” : “Warriors”, “Lady in Black” e “Children of the World” são assim precedidos duma entrevista e do Play Back da ordem. Neste contexto as atenções viravam-se também para F. Landum, que como musico convidado dos Da Vinci, (também eles da editora dos Ibéria), tem um grande protagonismo na sua Vitoria do Festival da canção desse ano com o tema “Conquistador”.

Toninho decide voltar á banda mas estando a ser preparado o seu regresso a 100%, tantas são as coisas que já estão em marcha, não acompanha a banda ao “Ás 10” e no dia 28 de Abril, (quando a banda comemora um ano do lançamento do single de estreia) a banda tem o maior choque de sempre: quando regressavam dum concerto na Danceteria Lido, na Amadora, o carro onde seguia Francisco Landum tem um grave acidente. Desse acidente resultaram dois mortos nas pessoas da namorada do Landum e do condutor. Landum escapa com vida mas é internado com urgência nos cuidados intensivos do Hospital de Stª Maria, onde é operado. É Toninho quem dois dias (!!) depois e sem estar preparado, embarca para Lausanne, Suíça, onde vai substituir Landum nas guitarras dos Da Vinci, no Festival da Eurovisão perante 1 bilião de pessoas...Como se não bastasse, 4 dias depois, João Alexandre tem também um acidente de viação sendo projectado pelo vidro da frente do automóvel onde seguia, deixando marcados não só o rosto , mas também o espirito do João e da banda, que se via na fase mais difícil da sua carreira..

A actividade da banda torna-se quase nula, tendo a banda, a editora e o Manager de anular cerca de 10 datas imediatas, ao vivo, dos Ibéria, assim como todo o trabalho de promoção; esperava-se então a recuperação dos 2 elementos. Recuperado, em finais de Maio, João Alexandre entra para o Quartel da Trafaria para cumprir SMO, facto que aliado aos azares anteriores, não vem abonar em nada...Os meses que se seguem, são o descambar duma situação já em nada boa: o que estava a começar a tomar forma após tanto trabalho, começa a cair muito rapidamente: Tony cê decide abandonar a banda, devido a problemas profissionais que não lhe permitem ficar na banda ainda mais com a fase que se estava a passar!


Também durante as audições para novo Baterista, Francisco Landum, já recuperado decide abandonar para integrar os Da Vinci (onde tinha também a suas responsabilidades) que tem uma agenda preenchidissima de concertos. É encontrado o seu substituto na pessoa do Toninho e o novo Baterista é regressado á casa: Tony Duarte, ex. Asgarth e ex. Samurai, volta assim á casa...A banda dá assim um concerto marcado pelo desânimo, de despedida do Tony Cê, nas festas do Barreiro no dia 2 de Julho. Nesse concerto Landum já não toca com a banda, encontrando-se em tornée com os Da Vinci. A banda fica com o Line-Up assim definido:

JOÃO ALEXANDRE – VOZ PRINCIPAL E GUITARRA RITMO

JOÃO SÉRGIO – BAIXO, VOZES

TONINHO – GUITARRAS, VOZES

TONY DUARTE – BATERIA

Na sequência de desentendimentos com o Manager, os Ibéria firmam contrato de agenciamento com a Uhsom, de Almada (de António Manuel Ribeiro, dos UHF) no dia 6 de Setembro de 89. Recomeçam-se ensaios e todos os dias até voltarem á estrada a banda revê o seu repertório e os novos temas a criar. 26 de Agosto é a data de regresso aos palcos e a nova formação é apresentada em Lordelo, Paços de Ferreira, com os Metal Brains a fazerem a 1º parte. Foi assim muito bem recebida a nova formação, por fãs, Fanzines e Rádios Locais no Norte do País. Em Novembro a banda grava um vídeo dos ensaios de preparação do seu repertório e dos 10 temas que farão parte do 2º LP. Devido a atrasos nos estúdios o que estava previsto para Novembro, só começa em Dezembro, mais proximamente dia 14: o novo “Heroes of the Wasteland” tem a produção de Francisco Landum e co-produção dos Ibéria. Composto de 10 temas a citar:

“Deep cuts the knife”, “Heroes of Wasted Land”, “Mexico”, “I’m not a fool”, “Rock’n’Roll Star” no lado 1 e “Got to Run”, “Please, Please”, “Stripteaser”,“Do you Wanna die?” e “China Girl” (instrumental) no lado 2.

Começou a ser gravado nos estúdios da Discossete a 14 de Dezembro e acabou misturado a 31 de Março. As fotos desta vez estão a cargo do Camaraman Metálico, que assim assina a sua estreia em capas de Lp’s e as ilustrações estão a cargo de Armando Modesto á semelhança do LP de estreia. Os Técnicos de Som são o Paulo Godinho e o Zé Félix que misturou o trabalho com a assistência de Landum e dos Ibéria. Este trabalho apresenta-se muito mais cru e já numa linha mais dura que o anterior, muito por causa da fase intensa de quase 10 meses de problemas que afectaram em quase tudo a banda e os seus elementos. É no entanto o resultado de um enorme esforço que acabou por derrubar alguns dos obstáculos que se apresentavam intransponíveis a uma determinada altura...sem no entanto sarar as feridas de tão abertas que estavam.

Começa de novo a promoção do Lp e os concertos ao Vivo: dia 25 de Abril tocam com os Radio Macau das festas de Odemira e segue-se uma serie de concertos pelo país e a consequente promoção, até que após um concerto no Cacém com os UHF em Finais de Outubro AMR faz o convite ao Toninho para ingressar nos UHF e com eles gravar o LP “Comédia Humana”, convite que aceita no dia 9 de Novembro, ficando a banda mais uma vez numa situação bastante má. Com a sua saída sai também Tony Duarte e os dois restantes elementos tem de procurar novos músicos; eles surgem quase de imediato nas pessoas de Vasco Vaz – Guitarrista e de Marco – Baterista, ambos vindo dos Braindead:

JOÃO ALEXANDRE – VOZ E GUITARRA RITMO

JOÃO SÉRGIO – BAIXO, VOZES

VASCO VAZ – GUITARRAS

MARCO - BATERIA


Com a sua inclusão no seio dos Ibéria, toma-se o fio á meada e a promoção é retomada até a banda estar mais uma vez pronta para tocar ao vivo. Para tal marca-se televisão e a banda grava no programa “Mapa Cor de Rock”. No inicio de 1990 a banda grava o vídeo clip de “Mexico” com a produtora do “Pop Off” enquanto dão varias entrevistas a jornais, fanzines e rádios locais e nacionais. João Sérgio é convidado no dia do casamento de Landum para integrar os Da Vinci. Aceita o convite com a condição de continuar a acompanhar os Ibéria, condição que é aceite pela banda de Iei Or e Pedro Luís.

João prepara-se assim para a tornée de Verão dos Da Vinci, enquanto ensaia e promove os Ibéria na esperança de alcançarem resultados com o Lp “Heroes..” e continuam os concertos. Paralelamente também o João Alexandre arranca com um projecto chamado Shangai Blue, onde também o João Sérgio militava até á altura, visto ser o embrião duma banda de covers que ambos tinham em mente.

Em Meados de 90 os Ibéria dão na União Banheirense (sempre em casa) o concerto de aniversário dos 5 anos, registo esse que ficou igualmente filmado em vídeo. Em Agosto a banda é uma das principais bandas do cartaz do festival “Sim á vida” que tem lugar no estádio do Barreirense , Barreiro, com Steve Harris dos Iron Maiden a fazer as honras da casa. Encontram-se entre outros os Tarântula, os Procyon, os UHF, Adelaide Ferreira e os britânicos British Lion (apadrinhados por Steve Harris) a encerrar. Entretanto dias depois a banda grava 3 clips e uma entrevista para o programa “Clip Club” e continuam as entrevistas de radio, fanzines e jornais. Mas a escassez de concertos ao vivo e o facto do disco estar a vender menos que o anterior (factores determinantes vindos das sucessivas saídas e quebras no trabalho da banda), leva a editora Discossete a não querer gravar o terceiro Lp de originais da banda, dando-se uma ruptura entre a mesma e os Ibéria que ficam deste modo sem contrato discográfico. A editora lança ainda para o mercado uma colectânea “To Love” onde os Ibéria tem uma balada antiga “Lady in Black”, e outra com os vários grupos de Rock que a editora detinha sob a sua alçada onde são retratados os 3 temas que eram para sair no Maxi-Single em 88: “Hollywood – versão extensa”, “Feels Like Love” e o não editado “All Night Flying”.

Despedem-se os Ibéria e com as dificuldades dos seus elementos em manterem a banda no seu pleno de funcionamento, com João Sérgio e Landum nos Da Vinci, João Alexandre nos Shangai Blue e Toninho nos UHF, a banda decide parar para com tempo melhor estruturar o projecto e começar de novo a saga, seguindo-se longos meses de inactividade completa dos Ibéria, parando até hoje o Ibéria Fun Club.

É em finais de 1992 que o projecto é retomado, com o fim das participações dos seus membros noutras bandas: Francisco Landum e João Sérgio saem dos Da Vinci e João Alexandre desfaz os Shangai Blue ( que ainda gravam o tema “War Games” para uma colectânea "MTM - The Birth Of A Tragedy" e um vídeo clip do mesmo); Vasco Vaz é levado por Adolfo Luxuria Canibal para os Mão Morta com os quais começa uma carreira onde ainda hoje milita (a par dos Mundo Cão) e Marco ingressa nos Peste e Sida, gravando ainda esse ano “Orgia Paroquial”, saindo depois para os Bizarra Locomotiva, a que se segue outros projectos.. Quanto aos outros Bateristas, Tony Cê e Tony Duarte, não mais entraram em quaisquer projectos musicais, estanto completamente afastados dos palcos.


Francisco Landum decide dedicar-se somente ao trabalho de estúdio e monta o seu próprio estúdio de gravação “Aikesom” afastando-se também ele da Discossete, onde já trabalhava como produtor independente de há uns anos a esta parte. Presentemente é um dos mais (senão o mais) conceituados produtores em Portugal, sendo talvez o mais bem sucedido neste campo, tendo a sua própria empresa de produção.


João Sérgio trás consigo Quim Andrade dos Da Vinci ( Quim tinha sido baterista nos STS Paranoid e nos Samurai antes de ingressar nos Da Vinci) , Toninho regressa dos UHF e João Alexandre arrasta consigo o vocalista dos extintos Shangai Blue, Miguel Angelo. O grupo decide continuar com o nome de Ibéria, mas muda o estilo de som, para uma sonoridade mais forte, mas cantada em Português. Desta feita os Ibéria surgem com o seguinte Line-Up:

MIGUEL ANGELO – VOZ

TONINHO – GUITARRAS, VOZES

JOÃO ALEXANDRE – GUITARRA RITMO E VOZES

JOÃO SÉRGIO – BAIXO, VOZES

QUIM ANDRADE – BATERIA

A banda trabalha então novos temas e do repertório anterior recuperam “Mexico” que já estava gravado inicialmente em Português. Alguns temas já preparados para o terceiro de originais dos Ibéria foram recuperados e modificados; assim surgem: “Agua de Fonte Virgem”, “Extravagancia” , “Quando estou lá”, “Sem Daqui sair”, “Sou” e “Sismo”. São ainda gravados alguns destes temas em demo, nos estúdios da Radio Mundial, no Barreiro com Toninho como vocalista principal, antes da completa adaptação do Miguel... Com a banda já completa, é no entanto “Sismo” que é escolhido para ser dado a mostrar e em 93 e no inicio do ano é gravado nos Estúdios Heaven Sound, em Almada. Os Ibéria fazem uma K7 promocional com outra banda, os Arabian Penthouse, em que cada um divide um tema por lado (inédita, esta...). Ainda nesta fase a banda inicia um circuito de bares e em finais de 93, João Alexandre abandona a banda para ir pra Inglaterra, onde irá tirar um curso de Engenheiro de Som, passa Miguel a acumular as funções de guitarrista ritmo, ficando a formação a seguinte:

MIGUEL ANGELO – VOZ PRINCIPAL, GUITARRA RITMO

TONINHO – GUITARRA, GUITARRA PORTUGUESA, VOZES

JOÃO SÉRGIO – BAIXO, VOZES

QUIM ANDRADE - BATERIA

Mas a banda não satisfeita com o acumular de funções de Miguel queria outro guitarrista na banda a fim de serem desenvolvidos outros trabalhos pelo que levaram a ideia a cabo. Quim Andrade por motivos profissionais ( vai integrar a banda dos Gatos Negros de Vítor Gomes) sai também do projecto. Não foi preciso muito esforço para o Guitarrista Vítor Brás ex.: Shangai Blue e o Baterista Pedro Torrão ex.: Desatino Total e amigos da banda, entrarem no line up. Seria esta a formação que seguiria em frente até ao fim dos seus dias:

MIGUEL ANGELO – VOZ, GUITARRA ACUSTICA

TONINHO – GUITARRAS, GUITARRA PORTUGUESA, VOZES

VITOR BRÁS – GUITARRAS, VOZES

JOÃO SÉRGIO – BAIXO, VOZES

PEDRO TORRÃO – BATERIA

Começa-se a ensaiar (mais uma vez) mas em cerca de 20 dias a banda está inexplicavelmente coesa. A banda concentra-se assim no seu novo repertório, com o cuidado principal de não cair nos erros anteriores e decide-se que só se avançará para um 3º LP, após estar tudo muito bem estruturado. O ano de 1994 é passado a criar, ensaiar, aperfeiçoar os temas, á pesquisa de novas sonoridades ( a inclusão da guitarra portuguesa e de alguns trabalhos acústicos não é a isso alheia) e ao trabalho intenso de mostrar a banda ás editoras e preparar o caminho. Em Dezembro de 1994 a banda grava um Take directo com a equipa de som da CHS, no Montijo que espelha já o trabalho desenvolvido; assim temos:

“Bicho Homem” , “Quando estou lá”, Orgasmo” , “Garrote”, “Extravagância” , “Água de fonte virgem”, Corre Voando”, “Sem Daqui Sair”, “Dor”, “Mistério”, “Quero”, “Sou” e “Caminho prá India” (um aproveitamento do instrumental The Sailling Way To India, do álbum de estreia).

Este repertório é mostrado a diversas editoras e os Ibéria surgem ao vivo em Reguengos de Monsaraz naquilo que é um excelente concerto de apresentação; continua-se o circuito de bares e discotecas: Freira bar, Pitágoras, Mentiras Bar, Alcunhas bar, In Loco, Tal Bar, Divergências Bar, entre outros. O impasse frente ás editoras mantém-se mas a banda não desiste e continuam os contactos. Enquanto esperam respostas, a banda não abdica de registar dois temas em estúdio.

Nos Estúdios da Genisom, em vale de Milhaços, em Novembro de 95, a banda grava os temas “Bicho Homem” e “Quero” conseguindo uma melhoria de som assinalável. Esta demo é então mostrada ás editoras, ás rádios e aos clubes, e com base nela começam a promoção: Os dois temas começam a passar nas rádios locais e a banda dá inúmeras entrevistas aos fanzines e a alguns jornais.

Os Ibéria são convidados a fazerem um “Unpluged” em directo na Radio Super FM e a 9 de Março de 1996, a banda dá uma entrevista ao que se segue um Medley Acústico composto por 3 temas: “Gosto de Ti”, “Laços” e “Revolver de Chocolate”. È grande a aceitação e é gravado o take para ser mostrado ás editoras. Nessa altura só a Genisom se mostra interessada e enquanto não se discutem as condições a banda vai tocando e promovendo. Até Junho a banda tem algumas datas sendo a mais mediática no Johnny Guitar, em Lisboa e dia 25 de Junho numa festa da Editora Genisom, no Pavilhão da Siderurgia em Paio Pires. A banda dá assim um grande concerto e o contrato de gravação do 3º trabalho de originais, primeiro nesta fase, era quase uma certeza, quando a banda é surpreendida (nem tanto..) pelo pedido de Miguel Angelo de sair do grupo! Após 2 anos a tentar levantar o projecto e de repente isto...Miguel atravessava de facto uma fase bastante complicada a nível pessoal e foi exactamente isso que o levou a tal decisão; esta manteve-se e Miguel ruma a Inglaterra onde se vai encontrar com o João Alexandre e onde ambos ainda residem (Miguel finalmente encontrou a paz interior que precisava e tem neste momento uma banda em Norwich, Inglaterra onde trabalha e reside, tocando guitarra e sendo o principal vocalista..). A banda encontra-se assim privada do seu vocalista e é com grande desanimo que ao fim de 10 anos de Ibéria (1986 – 1996) decide-se acabar com o grupo, tendo os seus elementos seguido outros caminhos musicais.

Tinha chegado ao fim a existência dos IBÈRIA..(??)


EPITÁFIO:

Assim: João Sérgio, Toninho e Victor Brás formam os Escravos do Presidente em 1997, Torrão é convidado para tocar com outras bandas e aceita, até ir ocupar o lugar de baterista nos Ferro & Fogo onde militou durante os últimos anos; ainda na fase final dos Ibéria, a saída de Torrão é colmatada com a inclusão, breve, de Ricardo Reis, irmão de João Sérgio.


A aventura E.D.P é retomada com Quim Andrade na bateria e o estriante José Luís Manaça na Voz, e gravam uma demo de dois temas da ultima fase dos Ibéria (“Joga Comigo” e uma cover de “Vida de Cão” dos Taxi, ambas ainda com Torrão na bateria), um Cd demo de 4 temas (“Bongaloy” , “Sou” – dos Ibéria - , “Dentro de mim” e “Histórias”), duas apresentações na televisão (Big Show Sic e Praça da Alegria); gravam ainda um vídeo e entrevista para a TVI com o tema “Dentro de mim” e dois concertos ao vivo: nas festas da Baixa da Banheira em 15 de Julho de 1998 e no Barreiro, no El Matador, a 18 de Dezembro de 1998. Será este o final dos E.D.P. que por não encontrar o seu rumo e com os seus elementos cansados da luta pela continuação do projecto, decidem parar de vez, mesmo no virar de 1998 para 1999.


Toninho trabalha por vezes com António Manuel Ribeiro no projecto a solo deste - onde ainda gravou partes do album "Sierra Maestra"- e dedicou-se a aprendizagem musical com um professor de conservatório, aproveitando a paragem nas lides musicais para melhor desenvolver as suas capacidades.

Victor Brás e José Luís Manaça terminaram por algum tempo as suas actividades musicais, estando este ultimo a viver em Inglaterra. No entanto José Manaça conta recomeçar a cantar num futuro próximo, visto que a ansia de o fazer. aliado ao seu espirito aguerrido, não deixam este elemento muito tempo parado!

Quim Andrade desenvolve presentemente um projecto na área do Techno, fazendo mix’s para discotecas e compondo musica de sua autoria, entre outros! Kmoro é o seu nome de guerra e foi convidado recentemente para voltar a integrar a reunião dos STS Paranoid.

João Sérgio vai para os X-Stand em 1999, banda de covers do seu irmão Ricardo Reis, onde ainda militou até há 3 anos atrás. Nessa altura, quando acabaram os X-Stand, junta-se com o seu irmão Rick Reis e o Guitarrista Jorge Sousa - ambos dos x-stand - , o Teclista Luís Cristino e ao Vocalista Pedro Beato, para além de um projecto de covers e animação em bares, formam a banda rock de originais Dizzy. A banda gravou o seu primeiro álbum durante o ano de 2005. No entanto tendo Rick Reis ido para Londres tirar um curso de engenheiro de som - onde se encontra a trabalhar presentemente - as partes de bateria foram todas gravadas pelo baterista (ex. Ibéria) Pedro Torrão. As gravações e as misturas terminam em inicios de 2006 e Pedro Beato afasta-se dos Dizzy em meados de 2006, por manifesta falta de tempo para o projecto, estando João Sérgio, Jorge Sousa e Luis Cristino sem baterista e vocalista para dar forma á banda, procurando também editora para o trabalho...O projecto Dizzy, fica assim na gaveta, á espera de novos dias.


Em 2007, João Sérgio em contacto com Francisco Landum, conversam sobre os Ibéria e chega-se á conclusão de que a editora Espacial com quem Landum trabalha regularmente, tinha comprado o catalogo da já extinta Discossete, onde os Ibéria estariam incluidos. Francisco Landum fala com o dono da editora, o qual mostra interesse em reavivar a banda, nomeadamente na re-edição dos dois LP’s. Decide-se assim remasterizar os dois trabalhos a partir dos masters originais e espera-se a edição dum digipack contendo os 2 primeiros trabalhos de longa duração da banda. Simultaneamente João Sérgio começa a reunir a banda para integrar o novo line-up dos Ibéria para o resurgimento em 2008, 20 anos depois de ter sido lançado o primeiro single da banda! Devido ao afastamento de alguns elementos do meio musical (Tony Cê, Tony Duarte..) e afastamento fisico de outros (o caso de João Alex a viver ha 15 anos em Londres..), fala com Toninho e Jorge Sousa para as guitarras, os quais aceitam prontamente, Miguel Freitas na voz que também aceita o desafio e são feitas audições para bateristas desde o inicio de 2008. Após ouvir alguns musicos, a escolha recai sobre David Sequeira (Ex. Ferro & Fogo), que aceita tambem ele enverdar na aventura de ressuscitar Iberia do longo periodo de paragem a que a banda esteve sujeita.

O ACTUAL LINE UP DOS IBÉRIA É O SEGUINTE:


MIGUEL FREITAS - VOZ

TONINHO - GUITARRAS

JORGE SOUSA - GUITARRAS

JOÃO SÉRGIO - BAIXO

DAVID SEQUEIRA - BATERIA


Em Fevereiro de 2009 os dois trabalhos da banda "Ibéria" e "Heroes Of The Wasteland" saem para o mercado sob a forma de Cd-Digipack, com nova Masterização a cargo de Tó Carvalho, tendo esgotado em inumeros lugares. A banda começou já a promoção da re-edição e prepara-se para voltar os palcos. O concerto de estreia terá lugar no In Live Café, na Moita, no dia 6 de Junho de 2009! Os Ibéria esperam por vós!


Saudações Ibéricas!!

João Sérgio Reis


Baixa da Banheira, Março de 2009.